Democracia digital, e-participação e políticas públicas: um estudo bibliométrico
Resumen
As TICs possibilitam a ampliação da participação cidadã. Assim, a política passa a envolver novos atores e práticas, que propiciam novas formas de influência no processo político (Araújo et al., 2015). Diante da relevância da democracia digital, de sua multidisciplinaridade, e da necessidade de avançar os estudos na área, no sentido de consolidar um campo, este artigo apresenta a seguinte questão de pesquisa: Quais os avanços científicos dos temas democracia digital e e-participação no âmbito das políticas públicas? Assim, o objetivo deste trabalho é analisar os estudos que abordam a democracia digital e e-participação e sua interface com a temática de políticas públicas, no cenário internacional, no período 2013-2022. Para isso, o artigo emprega uma pesquisa bibliométrica, com base nas publicações resgatadas da base Web of Science e com o auxílio dos softwares VOSviewer e Bibliometrix. A partir das análises empreendidas constatou-se como a democracia digital e a e-participação constituem uma possibilidade contemporânea e potente para estreitar a relação entre cidadãos comuns e o Estado. Trata-se de uma inovação institucional que muda o comportamento comumente passivo dos indivíduos acerca da política. As mídias sociais se mostraram um veículo amplamente difundido para a ampliação da participação cidadã, por meio de contribuições mais especializadas, baseadas em debates argumentativos. Por meio da opinião embasada e do controle social, os níveis de serviço do governo passam a melhorar e também abarcar novas interações com o público.
Descargas
Citas
ARIA, M., CUCCURULLO, C. (2017). “Bibliometrix: An R-tool for comprehensive science mapping analysis”. Journal of Informetrics, volume 11, 959–975.
ARAÚJO, R. P. A., PENTEADO, C. L. C., SANTOS, M. B. P. (2015). “Democracia digital e experiências de e-participação: webativismo e políticas públicas”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, volume 22 (Suppl.), 1597-1619.
AVELINO, D.; POMPEU, J.; FONSECA, I. (2021). “Democracia digital: mapeamento de experiências em dados abertos, governo digital e ouvidorias públicas”. Brasília: Ipea.
BENNETTT, W. L., SEGERBERG, A. (2012). “The logic of connective action: Digital media and the personalization of contentious politics”. Information, Communication & Society, volume. 15, nº. 5, 739 –768.
BLASIO, E., SORICE, M. (2019). “E-Democracy and Digital Activism: From Divergent Paths Toward A New Frame”. International Journal of Communication, volume 13, 5715-5733.
BONSÓN, E., ROYO, S., RATKAI, M. (2015). “Citizens’ engagement on local governments’ Facebook sites. An empirical analysis: The impact of different media and content types in Western Europe”. Government Information Quarterly, volume 32, nº 1, 52-62.
BÖRNER, K., CHEN, C., BOYACK, K. (2003). “Visualizing knowledge domains”. Annual Review of Information Science and Technology, volume 37, nº1, 179-255.
BROWN, M. M., BRUDNEY, J. L. (2001). Achieving advanced electronic government services: An examination of obstacles and implications from an international perspective. In: National Public Management Research Conference, Bloomington, volume 2, 143–49.
DIAS, M. A. L. (2004). Extração automática de palavras-chave na língua portuguesa aplicada a dissertações e teses da área das engenharias. 138 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade de Campinas, Campinas.
FERREIRA, J. B., SILVA, L. de A. M. (2019). “O uso da bibliometria e sociometria como diferencial em pesquisas de revisão”. Revista Brasileira De Biblioteconomia E Documentação, volume 15, nº 2, 448–464.
GARCÍA-OROSA, B. (2021). “Disinformation, social media, bots, and astroturfing: the fourth wave of digital democracy”. Profesional de la información, volume 30, nº 6.
GIBSON, R., CANTIJOCH, M. (2013). “Conceptualizing and measuring participation in the age of the internet: Is online political engagement really different to offline?” The Journal of Politics, volume 75, nº 3, 701–716.
GOLDSCHMIDT, R., REIS, B. de F. (2019). “Democracia Digital”. Revista Em Tempo, [S.l.], volume 18, nº 1, 177 – 200.
GOMES, W. (2018a). “A democracia no mundo digital: história, problemas e temas”. São Paulo: Edições SESC São Paulo.
...... (2011). “Participação política online: questões e hipóteses de trabalho” em MAIA, R. C. M., GOMES, W., MARQUES, F. P. J. A. (org.). Internet e Participação política no Brasil. Porto Alegre: Sulina, 19-45.
.......... (2018b). “Por que a comunicação é tão importante quando se pensa a democracia?” In: MENDONÇA, R. F.; CUNHA, E. Introdução à Teoria Democrática. Belo Horizonte: Editora da UFMG, p. 335-347.
GRACIO, M. C. C, OLIVEIRA, E. F. T. (2012). “A inserção e o impacto internacional da pesquisa brasileira em “Estudos Métricos” uma análise na base Scopus”. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, João Pessoa, volume 5, nº 1.
GRÖNLUND, Â. (2003). “Emerging Electronic Infrastructures: Exploring Democratic Components”. Social Science Computer Review, volume 21, nº 1, 55-72.
LINDERS, D. (2012). “From e-government to we-government: defining a typology for citizen coproduction in the age of social media”. Government Information Quarterly, volume 29, nº 4, 446-454.
LYCARIÃO, D.; SAMPAIO, R. C. (2010). “Sociedade civil online: diferentes usos da internet para fomentar a participação política”. Rev. Estud. Comun., Curitiba, volume 11, nº 25, 97- 106.
MAIA, R. C. M. (2011). “Internet e esfera civil: limites e alcances da participação política”. In.: MAIA, Rousiley; GOMES, Wilson; MARQUES, Francisco Paulo Jamil Almeida (Org.). Internet e Participação Política no Brasil. Porto Alegre. Sulina, 294 páginas.
......... (2007). “Redes cívicas e internet: efeitos democráticos do associativismo”. Logos (Rio de Janeiro), volume. 14, 43-62.
MEIJER, A., BURGER, N., EBBERS, W. (2009). “Citizens-Citizens: mapping participatory practices on the internet”. Electronic Journal of e-Government, volume 7, nº1, 99-112.
MOROZOV, E. (2011). “The Net Delusion: The Dark Side of Internet Freedom”. New York, PublicAffairs.
MUGNAINI, R. et al. (2019). “Panorama da produção científica do Brasil além da indexação: uma análise exploratória da comunicação em periódicos”. Transinformação, v. 31.
NINKOV, A., FRANK, J. R., MAGGIO, L. A. (2022). “Bibliometrics: Methods for studying academic publishing”. Perspect Med Educ, volume 11, 173–176.
PIMENTA, A. A. et al. (2017). “A bibliometria nas pesquisas acadêmicas”. SCIENTIA: Revista de ensino, pesquisa e extensão, Faculdade Luciano Feijão. v. 4, n. 7.
PORTALUPPI, E. A. (2022). “Políticas públicas digitais para efetivação dos direitos sociais e humanos”. Revista de direito sociais e políticas públicas, v.8, n.1.
PRADO, J. W. et al. (2016). “Multivariate analysis of credit risk and bankruptcy research data: a bibliometric study involving different knowledge fields (1968–2014)”. Scientometrics, volume 106, nº 3, 1007-1029.
PRZEYBILOVICZ, E.; CUNHA, M.; COELHO, T. (2015). “O desenvolvimento dos estudos sobre governo eletrônico no Brasil. Um estudo bibliométrico e sociométrico”. RESI (Revista Eletrônica de Sistemas de Informação), Curitiba, v. 14, n. 3, p. 1-24.
RABELO, C. L. A., VIEGAS, C. A. V., VIEGAS, C. M. A. R. (2012). “A participação da sociedade brasileira no Governo Eletrônico sob a perspectiva da democracia digital”. Argumentum (UNIMAR), volume 1, 221-25.
RAMLAL, A., et al. (2021). “From molecules to patients: the clinical applications of biological databases and electronic health records”. Translational Bioinformatics in Healthcare and Medicine, volume 13, 107-125.
RUEDIGER, M. A. (2002). “Governo eletrônico ou governança eletrônica – conceitos alternativos no uso das tecnologias de informação para o provimento de acesso cívico aos mecanismos de governo e da reforma do Estado” em: Concurso De Ensayos Y Monografias Del Clad Sobre Reforma Del Estado Y Modernización De La Administración Pública, 16., 2002, Caracas. Anais eletrônicos. Caracas: Clad.
SAEBO, O., ROSE, J., FLAK, L. S. (2008). “The shape of eParticipation: Characterizing an emerging research area”. Government Information Quarterly, volume 25, nº 3, 400-428.
SALM, J. F., MENEGASSO, M. E. (2010). “Proposta de modelos para a coprodução do bem público a partir das tipologias de participação” em: Encontro Científico de Administração da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – ANPAD, XXXI. Anais. Rio de Janeiro.
SAMPAIO, R. C. et al. (2021). “Democracia digital no Brasil: mapeamento e análises de artigos publicados em periódicos entre 1999-2018”. IPEA - Boletim de Análise Político-Institucional, Brasília, nº 25, 23-31.
........... (2022). “O campo da democracia digital brasileira: uma análise cientométrica de artigos publicados entre 1999 e 2020”. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, nº 37, 1-38.
SCHLOSBERG, D., Dryzek, J. S. (2002). “Digital Democracy: Authentic or Virtual?” Organization and Environment, volume 15, 332-335.
SILVA, S. P. (2021). “Características e Tendências da Pesquisa Empírica em Democracia Digital no Brasil: métodos, instrumentos e abordagens”. Boletim de Análise Político-Institucional, nº 25.
SILVA, S. P., SAMPAIO, R. C., BRAGATTO, R. C. (2016). “Concepções, debates e desafios da democracia digital” em: SILVA, S. P., BRAGATTO, R. C., SAMPAIO, R. C. (Orgs.). Democracia digital, comunicação política e redes. Rio de Janeiro, RJ: Folio Digital, 17-37.
SPINAK, E. (1996). “Dicionário enciclopédico de Bibliometria, Cienciometria e Informetria”. Venezuela: UNESCO.
WHITTAKER, J. (1989). “Creativity and conformity in science: titles, keywords: and co-word analysis”. Social Studies of Science, volume 19, nº 3, 473–496.
VALERIANI, A.; VACCARI, C. (2016). “Accidental exposure to politics on social media as online participation equalizer in Germany, Italy, and the United Kingdom”. New Media & Society, volume 18, nº 9, 1857–1874.
VAN DIJK, J. A. (2006). “Digital divide research, achievements, and shortcomings”. Poetics, volume 34, 221–235.
………. (2000). “Models of Democracy and Concepts of Communication”. Digital Democracy: Issues of Theory and Practice, 30-53.
VAN ECK, N. et al. (2010). “A Comparison of Two Techniques for Bibliometric Mapping: Multidimensional Scaling and VOS”. Journal of the American Society for Information Science and Technology, volume 61, 2405-2416.
VAN ECK, N. J., WALTMAN, L. (2019). “VOS viewer Manual”. Universiteit Leiden, Leiden.
Outra fonte
SCIENCE DIRECT (31/07/2023). “Government Information Quarterly”. About the journal, 2023. Disponível em https://www.sciencedirect.com/journal/government-information-quarterly. Acessado em 31/07/2023.
Esta obra está bajo licencia internacional Creative Commons Reconocimiento-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Los autores/as que publiquen en esta revista aceptan las siguientes condiciones:
- Los autores/as conservan los derechos de autor y ceden a la revista el derecho de la primera publicación, con el trabajo registrado con la licencia de atribución de CreativeCommons, que permite a terceros utilizar lo publicado siempre que mencionen la autoría del trabajo y a la primera publicación en esta revista.
- Los autores/as pueden realizar otros acuerdos contractuales independientes y adicionales para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicado en esta revista (p. ej., incluirlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro) siempre que indiquen claramente que el trabajo se publicó por primera vez en esta revista.
- Se permite y recomienda a los autores/as a publicar su trabajo en Internet (por ejemplo en páginas institucionales o personales) antes y durante el proceso de revisión y publicación, ya que puede conducir a intercambios productivos y a una mayor y más rápida difusión del trabajo publicado (vea TheEffect of Open Access).